12 de setembro de 2010

Na Funerária...

Enquanto aguardava para ser atendida na recepção de uma funerária, comecei a analisar, afinal de contas, nesses lugares, raramente, há alguém para conversar. Mesmo gostando de falar sozinha, não costumo fazer isso na frente dos outros (sic). 

O rapaz de camisa verde (um verde horrível, que a Bex jamais recomendaria as suas clientes), óculos e relógio prata, tem um ar autoritário, porém, simpático. Já a atendente, que confesso, pouco reparei, somente fazia o que lhe era ordenado. 

Em meio ao chão claro e aos móveis marrom, com detalhes em prata, e as plantas artificiais, mas que pareciam reais, algo me chamou a atenção: o pintor. Mesmo local estando limpo e arrumado, ainda faltava um simples reparo na divisória feita com tijolos de vidro, e lá estava o pintor. 

O garoto, que não deve ter mais de 20 anos, com a roupa cheia de tinta e boné, com todo o cuidado, passa o pincel, cuidadosamente por cada fresta dos cubos. Os gestos e o cuidado pareciam um verdadeiro ballet. Os olhos exalam amor e carinho pelo serviço. O cansaço é quase imperceptível. 

Me surpreendi!!! Fiquei a observá-lo, até que alguém chega e o “tinnnnnnnnnnn donnnnnnnnn” da porta me desperta e me leva de volta ao lugar em que estou...

1 Comentários:

Às 13 de setembro de 2010 às 09:05 , Blogger grupo paz & vida disse...

Em uma funeraria a gente pode encontrar os melhores pssicologos que ja vimos,são pessoas que lidam todo dia com reações diversas de sentimentos de perca..No nosso meio funebre aprendemos que as palavras pouco adiantam naquele momento,então por isso tentamos fazer todos os gostos do enlutado para que tudo corra tranquilamente..ja pensei em escrever em meu blog algumas historias(alias são muitas) mas penso que invadiria aquele momento de dor de alguem so para mostrar a todos..

 

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