12 de novembro de 2010

À Massa



M-A-S-S-A. Massa. Amassa. A massa. À massa!
Eu sou a massa. Volumosa. Pastosa. Máxima!
Pega, joga, passa o rolo ôôô
Aperta eu cresço apareço pronta pro bolo
Quanto maior melhor. Com a farinha e o pó. Espalhada mais fraca e mais fina
Fácil pra ser cortada, moldada e dividida. Consumida. Massifica. Amorfa sem cristalina.

Sou grande, mas não importante.
Sou igual ao barbante
Que serve pra amarrar e não é valorizado o bastante
Eu protejo o recheio que vai no meio
Fico na borda. Sou jogada pra escanteio
Pegam a uva passa o argamassa na taça, ai que graça!

Massa. Amassa. A massa. À massa!
Eu sou da massa vou ao estádio ver uma partida
Com a torcida é pinga é briga pra ida economizo até na comida
Meu time massacrado. Volto pra casa amassado na lotação para um bairro amontoado
Exausto pro barraco sentado no sofá quebrado

Assisto a televisão fico feliz tenho a última distração
Pra mim existe uma comunicação!
Eu não sou cão eu já disse que sou massa e vou deitar
Eu como massa, preciso esfriar
Pra depois ser usada se não acabo revoltada e aí não dá
Quem fica muito quente pode queimar e estourar
Mas não fui feita pra pensar, filosofar. Só enrolar, amassar, rechear.
Amanhã é segunda e tudo há de continuar
Massa. Amassa. A massa. À massa.

Gostei do texto, porém desconheço o autor...

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